FRAGMENTANDO-ME: September 2006

CONCHEGO

POÉTICA III

PLANANDO

OUTONAL

CELLO

AQUÉM DA LUA CHEIA

REFLEXÕES

. Às vezes podemos sofrer muito mais com um sorriso do que com uma dor.

.Como lidar com aquele lado da vida próximo das não-coisas, do não-ser?

. A vida é uma louca sem sentido que anda por aí assustando àqueles que buscam um sentido para ela.

FRAGMENTO POÉTICO

Final de tarde. Já entrada da noite. Um vento forte lambe as minhas ânsias contidas. Há uma tensão inespecífica articulada lá dentro de mim. Meus labirintos interiores se convulsionam. Um grito se sufoca.
Que a noite leve em sombras toda a minha ansiedade.
Que eu me liberte incondicional de minhas contensões.
Que eu adormeça no colo de um sorriso promissor.

FRAGMENTO POÉTICO

Em momentos de evasão os corpos se espreguiçam. A vida rola indiferente a tudo. A distância excita a imaginação e ferve os pensamentos. Há uma canção solta no ar. Só ouvidos sensíveis podem captá-la. É quase lua cheia. A noite se perfuma de saudade. A luminosidade lunar enfeitiça os corações. Tudo se torna azul. Blue moon.
O vento passa num lento arfar, roçando de leve a espuma da alma.
Na noite nebulosa há uma paz silente que acomoda os pensamentos.
Na contemplação da eternidade um par de olhos felinos rasga a escuridão.

IMAGENS DO OCASO

MOLDE

FRAGMENTOS

. Com passos quase alados vamos caminhando sobre o melindroso soalho de vitrilhos.

. A luz só é positiva para aqueles que sabem manter os olhos abertos.

. As coisas tornam-se mais interessantes ainda quando as descobrimos no segundo olhar.

MÃOS

EM PLENITUDE

MUSICALIDADE

ALGUNS FRAGMENTOS

. A gente desaprende o inútil e aprende o importante observando atentamente as coisas pequenas.

. Como são cansativas as idas e vindas dentro da espiral de incompreensão dos seres humanos.

. Quero do cello aquele último arpejo, derradeiro lamento arcaico.

ACEITAÇÃO

FRAGMENTOS - COISAS DA VIDA

COISAS DA VIDA

Um sopro de vida. Eco de concha abandonada na areia. Cascalhos esparsos úmidos de água salgada. Um vento leve a passear com as gaivotas. Praia deserta. Um vulto indistinto à distância próximo ao medalhão solar. Longe de tudo. Fragmentos vagos de pensamento elíptico. Névoa. Salsugem. Música mágica cósmica que se infiltra. Lenta. Primorosa. Macia. Penetra nos poros sensíveis da existência pulsante. Vibrante. Uma moldura imaginária cerca toda a pintura imaginária. Um Paul Klee diferente. De cores iguais. De vida uinicolorida, um sopro.

Otávio Coral

FRAGMENTOS - LVI

Em momentos de evasão os corpos se espreguiçam. A vida rola indiferente a tudo. A distância excita a imaginação e ferve os pensamentos. Há uma canção solta no ar. Só ouvidos sensíveis podem captá-la. É quase lua cheia. A noite se perfuma de saudade. A luminosidade lunar enfeitiça os corações. Tudo se torna azul. Blue moon.
O vento passa num lento arfar, roçando de leve a espuma da alma.
Na noite nebulosa há uma paz silente que acomoda os pensamentos.
Na contemplação da eternidade um par de olhos felinos rasga a escuridão.

Otávio Coral